quarta-feira, 2 de julho de 2008





Dragão
O dragão é um animal fantástico que tem presença constante na cultura medieval. Porém, sua origem remonta à antiguidade de várias culturas. É possível que a "imagem" do dragão, uma serpente ou réptil alado e de proporções gigantescas, tenha sido idealizada a partir de fósseis de dinossauros.Na Idade Média, principalmente por influência das citações bíblicas, o dragão foi associado a aspectos maléficos (como a serpente), sempre como um inimi-go mortal e poderoso. Uma célebre representação é a de São Jorge, montado à cavalo, ferindo um dragão com sua lança; numa clara alusão da vitória do bem (cristianismo) sobre o mal (o dragão pagão). Ainda, o Dragão figura freqüentemente na heráldica medieval.



Composto das lendas de fadas que seduzem cavaleiros e os conduzem a regiões encantadas para que tornem-se seus eternos amantes, seres híbridos e corajosos heróis que combatem inimigos fantásticos em busca de valores mais nobres, o imaginário medieval tem origem na mitologia escandinava e céltica, abrigando também vários elementos da mitologia grega. Mas, ao longo dos séculos, agregou diversos elementos da tradição judaico-cristã. Desse modo, tornou-se uma referência criativa no romantismo através da percepção artística deste período e, ainda hoje, sofre constantes releituras.
Pode-se citar como exemplo Romeu e Julieta (William Shakespeare) que tem suas origens na obra de Arthur Brooke (The Tragicall History of Romeus and Juliet - 1562) que, por sua vez, também buscou inspiração em lendas como Tristão e Isolda. Novamente, Tristão e Isolda foi tema do compositor romântico Richard Wagner, na segunda metade do século XIX.
Em O Senhor dos Anéis (The Lord of the Rings - J. R. R. Tolkien) encontra-se diversos elementos que remetem ao imaginário medieval, como a ambientação (castelos e florestas) e os personagens que compõem a trama (elfos, fadas e magos). A seqüência de Harry Potter (J.K. Rowling) também faz uso de um lugar encantado (Escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts), recursos e ferramentas mágicas e criaturas sobrenaturais. Do mesmo modo, a série de lendas arthurianas (como o Santo Graal e Tristão e Isolda) que recentemente foram abordadas cinematograficamente.
Um fator interessante a ser considerado é a representação simbólica do contexto dessas lendas. Na numerosa série dos populares contos de fadas, uma importante referência que reúne os elementos do imaginário medieval, encontra-se um enredo com fundamento moral entrelaçado com a própria trama. A tradicional lenda de A Bela Adormecida é um exemplo no qual a personagem principal pode-se libertar da maldição que a adormeceu apenas através do beijo de um príncipe encantado. Neste caso, fica clara a fundamentação moral de que o amor (como elemento metafórico) é capaz de libertar a humanidade de seu "eterno sono". Os contos de fadas muitas vezes se confundem com as fábulas, que também são igualmente importantes na composição do imaginário medieval.


Bestiário Medieval

Nas ilustrações, na arquitetura românica e em seguida com o florescimento da arquitetura gótica, o imaginário medieval manifestou-se nos manuscritos e na ornamentação das catedrais através de representações fantásticas, como gárgulas e quimeras, e criaturas reais, como aves e animais aquáticos.
O boi, o carneiro, o burro, combinam-se com a raposa, o lobo, o urso e as aves de rapina; ou com répteis, como a serpente. Paralelamente, encontra-se animais que não compõem a fauna européia, como o macaco, o camelo, elefante e leão. Estes seres figuram nos pórticos, arquivoltas e capitéis de igrejas e mosteiros, bem como nos antigos manuscritos, simbolizando as virtudes e os vícios humanos, associando-se a determinados personagens, episódios e dogmas bíblicos, como os sete pecados; por vezes, com o intuito de catequizar os iletrados através das imagens.
Estas criaturas híbridas (antropomórficas e zoomórficas) possuem características próprias, como fazer uso de encantamentos e transmutação física. Assumem características iconográficas atribuídas aos seus animais correspondentes e comumente são representados em situações simbólicas (como em combates) ou exercendo atividades rotineiras (como o tear); mas em todos os casos há uma simbologia a ser interpretada pelo observador (acompanhe abaixo alguns animais reais e fantásticos que compõem o imaginário medieval).